" A verdadeira afeição na longa ausência se prova"

Luís de Camões

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"Filosofia de final de semana"

Você já se deparou com perguntas sem resposta?


Será que algumas coisas são realmente difíceis de responder ou elas simplesmente não têm respostas?

Há algum tempo algumas situações me levam a tais perguntas.

O que mais me atormenta é o tempo. E afinal, o que é o tempo?

O tempo me diz que tenho 20 anos. Mentira. Vinte anos de minha vida já se foram, não os tenho mais.

Mas o que é mentira e o que é verdade?

O tempo me diz que tenho uma vida pela frente. E a toda hora indica que estou atrasada.

Em que devo acreditar? E porque creio no que creio? Porque sinto o que sinto?

Isso é filosofia?

Acredito que seja, partido do pressuposto de que filosofia seja a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana, jamais aceita-los sem antes havê-los investigado e compreendido.

Então para que filosofia? Alguém perguntou para um filosofo. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações.

A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”.

Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas.

Pois então, seguem as perguntas e também a falta de repostas.

 
Baseado no texto
A atitude filosófica (Marilena Chauí)

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