" A verdadeira afeição na longa ausência se prova"

Luís de Camões

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tempo, tempo, tempo

Em minha eterna briga com o tempo as principais crises são quando ele insiste em passar rápido demais e me fazer tropicar pelos degraus do dias, atropelar os meses, chamuscar etapas, me fazer correr atrás dele incansavelmente.
Mas justamente agora que eu tanto preciso que ele passe o que ele esta fazendo mesmo? Não se sabe. O danado está fazendo qualquer coisa e em câmera lenta. Justamente agora que eu quero que ele acelere, turbine, envenene este motor, pois preciso dele na versão remédio, na versão ‘tudo bem já passou’, ele não passa, só me maltrata.
Só posso contar com ele, o tempo. Dependo inteiramente deste teimoso. Estou de mãos atadas. Pelo menos por enquanto. E quanto tempo significa por enquanto?
Quanto tempo dura este castigo? Quanto ainda tenho que esperar?
Quanto conseguirei esperar?
Perdoa-me se sou impaciente?
Mas faz tempo que o tempo se calou.
Sem palavras, sem saberes é assim que eu fico.

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